Por que Andar com o Carro na Banguela é uma Má Ideia?
Descubra os perigos de trafegar com o carro em ponto morto
Com os altos preços dos combustíveis, é compreensível que os motoristas procurem maneiras de economizar, seja buscando postos com preços mais atraentes ou adotando estratégias durante o uso do veículo. Uma das práticas mais conhecidas é andar com o carro na banguela.
No entanto, o que nem todos sabem é que essa prática não economiza combustível e, na verdade, pode prejudicar o funcionamento do automóvel, resultando em despesas adicionais para o proprietário, que já está procurando formas de reduzir gastos.
Neste artigo, vamos discutir sobre trafegar em ponto morto e porque não é recomendado fazê-lo. Continue lendo!
O que significa andar com o "carro na banguela"?
No passado, quando os carros eram carburados e o motor era alimentado por uma mistura de ar e gasolina, surgiu o mito de que andar com o carro na banguela, sem engrenar uma marcha, consumia menos combustível. Essa prática consiste em dirigir com o veículo desengatado, utilizando apenas a inércia para se movimentar.
À medida que as montadoras se tornaram mais modernas, investindo em tecnologias para aprimorar os sistemas automotivos, essa estratégia se tornou ineficiente. Hoje em dia, essa prática resulta no efeito oposto, pois a injeção eletrônica - o sistema que controla a quantidade de combustível utilizada - interpreta que o carro está em marcha lenta e precisa de mais gasolina para funcionar.
Afinal, o "carro na banguela" economiza combustível?
A ideia de que andar com o carro em ponto morto, ou seja, com a transmissão em neutro (em carros com câmbio manual), economiza combustível foi desmentida com o advento do sistema de injeção eletrônica, que se popularizou no Brasil há algumas décadas. Esse sistema identifica quando o veículo está engrenado e, se ele estiver apenas se movimentando pela inércia, interrompe o fornecimento de combustível.
Por que não devemos colocar o "carro na banguela"?
Não só não é recomendado, como também é passível de punição o motorista que adota essa prática no dia a dia, se for flagrado por um agente de trânsito. A seguir, conheça os motivos pelos quais dirigir com o "carro na banguela" não é uma boa ideia.
É proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro
Além de não cumprir o objetivo de economizar combustível, essa prática configura uma infração de trânsito. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no artigo 231, inciso IX, "transitar com o veículo desligado ou desengrenado, em declive", constitui uma infração média, que acarreta uma multa no valor de R$ 130,16 e 4 pontos na Carteira Nacional de Habilitação.
Além da multa, há também uma medida administrativa que pode prejudicar o condutor: o veículo pode ser apreendido pela autoridade de trânsito que emitiu a multa.
É perigoso
A principal razão para que um motorista não considere essa manobra é o risco de causar um acidente. Como a marcha não está engatada, o freio motor não consegue desempenhar sua função de reduzir a velocidade do veículo. A tração é essencial para garantir a estabilidade do carro. Portanto, principalmente em curvas, o veículo se torna perigoso para os demais usuários da via.
Prejudica o próprio veículo
Provavelmente, quem dirige com o carro em ponto morto não sabe que está prejudicando seu próprio veículo e aumentando a necessidade de realizar reparos. O sistema de freios é um dos primeiros a sofrer com essa prática, pois o superaquecimento é causado pela falta da ação do motor.
Sabemos que os freios são essenciais para uma condução segura, evitando acidentes e protegendo a vida do motorista e dos passageiros. No entanto, o uso da banguela danifica esse sistema e pode levar ao mau funcionamento em momentos de extrema necessidade.
Os freios não são os únicos afetados por essa prática. A caixa de câmbio também é impactada. Ao deixar o veículo em ponto morto, a lubrificação da caixa de câmbio é interrompida. Se essa prática for constante ao longo do tempo, há o risco de o sistema travar completamente, resultando em um prejuízo considerável.
Quais são os outros mitos relacionados à economia de combustível?
Além de trafegar com o carro em ponto morto, existem outros mitos relacionados à economia de combustível. Desconhecendo a veracidade dessas informações, os motoristas arriscam a saúde de seus veículos, testando técnicas duvidosas na tentativa de gastar menos combustível. Vejamos os mais comuns.
Gasolina aditivada é mais econômica
Antes de explicar por que essa afirmação não é verdadeira, é importante entender o que é a gasolina aditivada. Esse tipo de combustível difere do convencional devido à adição de agentes detergentes, que ajudam a manter o sistema de alimentação do veículo mais "limpo". Embora seja verdade que um motor limpo tende a ter um desempenho melhor, isso não significa necessariamente que haverá economia de combustível.
Câmbio automático é mais econômico que o manual
Na realidade, tanto os câmbios automáticos quanto os manuais podem proporcionar economia de combustível, desde que o motorista troque as marchas no momento certo, sem exigir que o motor trabalhe além do necessário.
A condição dos pneus não afeta o consumo de combustível
Dirigir com pneus em bom estado é essencial para economizar combustível. Quando os pneus estão desgastados, o atrito com o solo aumenta, exigindo mais esforço do veículo e, consequentemente, mais combustível. Além disso, se os pneus estiverem descalibrados, com pressão abaixo do recomendado, haverá ainda mais atrito entre o pneu e o solo, dificultando o deslocamento do veículo.
Se você está procurando reduzir os gastos com combustível, saiba que adotar práticas como andar com o carro em ponto morto não é a solução. Além de não conseguir economizar, você afeta o bom funcionamento do seu veículo em risco, o que pode resultar em prejuízos ainda maiores.
As dicas simples são eficazes: manter os pneus calibrados, realizar o alinhamento e balanceamento regularmente, evitar o excesso de peso no veículo e reduzir o uso do ar-condicionado, além de fazer as revisões preventivas em dia. Essas medidas ajudam a aliviar o impacto no seu bolso.
Andar com o carro em ponto morto sobrecarrega o motor e os freios, colocando em risco a sua segurança e a de todos no trânsito, além de poder resultar em multas e pontos na CNH.